05/07/2014

Como lidar com o inevitável?


 Diria que um de meus maiores medos, se não o pior deles, é perder as pessoas que amo. Maior que o medo de insetos, maior que o medo da reprovação, do desconhecido, maior que o medo do mar, e até que o medo do escuro. O meu maior medo é perder pessoas. Talvez, porque dentre todos os meus medos, este seja o único inevitável. 
 O medo de insetos pode ser resolvido, mesmo que temporariamente, com um bom inseticida. O medo da reprovação vai passar quando eu for aprovada. Ou quando eu perceber que o que mais importa é dá o melhor de mim. O medo do desconhecido vai embora todas as vezes que eu o encaro, percebo que ele nem é tão assustador assim, e assumo que o lado de cá até que é legal! O medo do mar, este eu resolvo ficando na areia. E o medo do escuro passa toda vez que ascendem a luz. Mas e o medo da perda? Ninguém. Absolutamente nada, nem ninguém neste mundo é capaz de impedir que alguém se vá. 
 Por isso ele permanece. Cada vez maior.

 O tempo todo perdemos alguém, e isto é um fato. Seja porque crescemos e nunca mais vemos nossos melhores amigos do Jardim. Seja porque mudamos de cidade e perdemos o contato com as nossas melhores amigas do Ensino Médio. Seja porque terminamos um namoro e, além do namorado, perdemos também o companheiro, e assim vai... Por causa do tempo, da vida ou do orgulho a gente sempre acaba perdendo alguém que ama. 
 Mas das perdas, essas não são as piores! A gente sabe que se e quando quisermos de verdade podemos resgatar essas pessoas de volta para a nossa vida. Mesmo que seja em uma dose menor.
 Com a morte não é assim. Não dá pra esperar o tempo passar, um belo dia resolver quebrar o orgulho e, pronto!, está tudo resolvido. A morte é ida. E não é de seu feitio voltar atrás. 
 Sorrisos, lembranças, abraços, perdões, palavras. Tudo o que foi dito ou que estava por dizer. O que foi vivido ou o que ainda seria... Era uma vez. E, brutalmente, é escrito o ponto final. (Não há borracha no mundo que o apague.).

 Assim, ao fim deste texto, corrijo-me. Meu maior medo não é perder quem eu amo. É perder para sempre quem eu amo! E, depois disso, depois que o tempo passa e o coração não aguenta mais doer, ainda ter que fingir que já me acostumei com isso.
 A morte faz parte da vida. Eu entendo. Mas, por favor, não me obrigue a me acostumar com isto.



4 comentários:

  1. Tô babando na imagem que vc escolheu kk
    Amei e me identifiquei muito com esse texto, lindo!
    "O meu maior medo é perder pessoas. Talvez, porque dentre todos os meus medos, este seja o único inevitável."
    Bjs Isa
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  2. Lindo texto, e meu maior medo também é esse!
    Ás vezes ao pensar, choro tanto...
    Mas infelizmente não podemos fazer nada, e se vivermos a pensar nisso, não aproveitamos, então vamos aproveitar enquanto a tempo, apesar de ser difícil quando acontece!
    Mas é a vida né?
    Parabéns pelo texto, me tocou muito!
    Beijos!

    http://opiniao---propria.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Muito obrigada, Maria! Que bom que se identificou :)
      Beijos! :3

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