06/03/2015

[Resenha]: A namorada do meu amigo


Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581635637
Ano: 2014
Páginas: 336
Desde que comecei a ir em eventos literários e a conhecer mais autores nacionais, tenho vontade de ler um livro da Graciela Mayrink. Tive a oportunidade quando ganhei o A Namorada do Meu Amigo, da Carol no Amigo Oculto Literário que fizemos no final do ano passado.
 Este é o segundo livro da Graciela lançado pela Novo Conceito, e conta a história de um garoto que se vê totalmente perdido quando precisa escolher entre o melhor amigo e a garota que ama. 

 Cadu, Beto e Caveira são melhores amigos de infância, e se consideram e são conhecidos na cidade de Rio das Pitangas como Os Três Mosqueteiros. Quando crianças, eram altamente perturbados pela pequena Juju, a vizinha chata que sempre quis ser o quarto mosqueteiro.
 Juju é a pirralha da turma. Mora em frente a casa de Cadu, por quem é apaixonada, e faz de tudo para se inserir no grupo de amigos, se tornar uma mosqueteira, e, principalmente, a namorada de Cadu. Ela se torna motivo de comemoração entre os amigos quando se muda para Porto Alegre, pois assim eles nunca mais iriam vê-la. Cadu estava livre da pirralha grudenta. 
 Só que não!
 As coisas mudam de figura quando, anos depois, Juju volta para Rio das Pitangas, agora não mais uma criança chata, mas sim uma adolescente linda e carismática. Cadu, que passava as férias em Florianópolis com a mãe, se surpreende ao voltar e reencontrar a antiga vizinha. No mesmo instante, se vê completamente apaixonado por aquela nova garota. Tudo seria lindo, se ela não fosse agora a namorada de Beto, seu melhor amigo! 
  Cadu fica totalmente perdido. Nunca havia se deparada com algo ou alguém que colocasse em risco sua amizade com Beto. Ele não queria perder o amigo, nem fazê-lo sofre. Mas também não queria sufocar aquele amor, nem sofre. E agora? 
 Caveira, é o personagem que mais gostei! Se tivesse um prêmio de personagem revelação com certeza seria dele! Com seu jeito autêntico ele se destacou até mais que a protagonista Juliana. Pra mim ele é a maior prova de amizade e cumplicidade na trama. Ele é o amigo leal, sabe? Se preocupa com os dois lados. Percebe claramente a burrada em que Cadu se meteu, e mesmo não concordando com nada, está sempre ao lado dele dando o conselho mais sensato possível: ESQUEÇA JULIANA! Ele só quer que tudo termine bem e a paz volte a reinar entre os Mosqueteiros. De forma desastrada e espontânea, o personagem trás humor para a tensão que envolve a história. 
 Um outro personagem que também gostei muito é Alice Gomes. Ela é irmã de Beto e apaixonada por Cadu, que sempre a evitou, devido a um pacto que ele e Caveira fizeram com Beto assim que entraram na adolescência: era terminantemente proibido pegar, paquerar, olhar com outros olhos qualquer uma das irmãs de Beto. Ou era isso, ou a morte. 
 Apesar de Beto ter a fama de ser o maior pegador da cidade, ele nunca permitiu que um garoto chegasse nem perto de suas irmãs. (O machismo e agressividade exagerada de Beto me irritou váaaaarias vezes.)
 No início achava que Alice era uma verdadeira piriguete, que só dava em cima de Cadu pela adrenalina do proibido. Mas com o decorrer da história percebi o quão amiga, sincera e especial ela é.
  Já a Juju eu não curti muito. A achei uma protagonista água com açúcar, sabe? Ela sabe o que precisa fazer, mas não faz. Prefere fica iludindo um e magoando outro. E pior! Prefere sofrer a encarar a situação. Senti preguiça dela. Além disso, não a conhecemos a fundo. Ela ficou um pouco apagadinha.

 No quesito narrativa, um ponto que não gostei foram os diálogos. Achei que eles fugiram um pouco da realidade. Em várias conversas entre Cadu e Caveira, Cadu e Beto, eu não conseguia imaginar dois meninos conversando daquela forma, usando aquelas palavras. Embora tenha achado o Cadu meloso demais, preciso confessar que em vários momentos ele é mega fofo! <3
 Os lados positivos da narrativa é que a história se desenrola muito bem. A continuidade é natural, sabe? Tudo o que acontece não acontece por nada, mas sim para balançar e avançar a história de alguma forma. Também adorei como o trabalho de Direito Penal de Cadu e Beto se interliga com o que estão passando na vida real. Foi uma ótima sacada!

 Apesar de eu ter achado que alguns personagens não foram tão realistas assim, eles são supermarcantes. A maioria deles tem a personalidade muito bem definida. Gostei disso!
 A Namorada do Meu Amigo foi um desafio para a autora, que se arriscou a escrever uma história narrada em primeira pessoa por um menino. Sim, é sob a perspectiva de Cadu que conhecemos toda a história. O livro oferece uma leitura jovem, leve e que cumpre seu papel de entretenimento. Aborda uma situação comum e que pode ser vivida por qualquer um de nós. Por conta disso nos faz parar pra pensar o que faríamos se estivéssemos no lugar de cada personagem. 

 E aí? O que você faria se estivesse no lugar do Cadu? Contaria para seu melhor amigo que está apaixonado pela namorada dele? Arriscaria uma amizade por um amor? 
 E se você fosse Juliana? Terminaria com uma cara bacana, que te trata bem, mas que você não ama, para ficar com o melhor amigo dele? 
 Agora inverta os papéis! Se coloque no lugar do Beto. Perdoaria Cadu e Juju?


 Me contem nos comentários o que acharam da resenha, e o que pensam sobre o tema amizadeXamor! O que fariam numa situação dessas?




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