Quando eu digo que tenho um blog sempre ouço
um “que legal!” e logo em seguida um “qual é o nome?”, então respondo
“Ficcionalmente Real”, e uma interrogação surge no olhar das pessoas. “Hummm, já
gostei do nome!”, elas respondem, mas o ar interrogativo permanece lá,
nitidamente. Não, elas nunca perguntam o porquê do nome atribuído, exceto minha
mãe que num sábado qualquer, no meio de uma faxina doméstica, enquanto
conversávamos sobre o blog, soltou: “me explica. O que significa
‘Ficcionalmente Real’?”. Não tinha a resposta na ponta da língua, confesso. Na
verdade não há um motivo exclusivo de nomearmos o blog com esse paradoxo.
“Ficção” e “realidade”: duas palavras de sentidos contrários, porém que
traduzem claramente o universo paralelo em que a Gabi, eu e todos os
aficionados por literatura vivemos.
Os livros são, em sua maioria, obras fictícias
nas quais a realidade é, de alguma maneira, reproduzida com personagens - que
certamente nunca existiram de verdade – vivendo histórias imaginadas. Com
sinceridade: quem nunca se viu piamente nessas pessoinhas feitas, não de carne
e osso, mas sim de letras? E podia jurar que aquele escritor espionou sua vida
durante os últimos anos para escrever aquele episódio idêntico ao que você
viveu? Eu e mais milhares de pessoas, não é? Pois é, é aí que eu quero chegar.
Mesmo que seja ficção, paralelamente é real. É ficcionalmente real.
Muito do que lemos traduz a gente de forma
inexplicável, seja uma frase ou um livro inteiro. E parando para analisar, foi
isso que eu e a Gabi começamos a notar. Levando em conta os traços
psicológicos, personagens dos nossos romances favoritos poderiam facilmente ser
confundidos conosco.
Às vezes, é claro, a ficção não chega nem
perto da nossa realidade. Quantas vezes não lamentamos por aquela história de
amor nunca ter acontecido com a gente? Ou por aqueles personagens não serem
nossos vizinhos e nossos melhores amigos? Ou ainda, por nosso colégio não ser
nem um pouco daquele jeito, e por nunca termos as agitadas, românticas e tão
sonhadas férias de verão do jeitinho que estão nos livros? Eu sei, a gente
sabe. Há coisas que fogem da nossa cultura e da realidade em que estamos
inseridos. Há outras ainda, que são mirabolantes demais para acontecerem do
lado de fora das páginas, mas... Se não der pra ser real, a gente inventa! E é
a partir daí que damos asas a imaginação e começamos a criar nossa realidade
inventada. Inventamos pessoas, lugares, e situações as quais gostaríamos de
viver. E nos apaixonamos por cada canto do nosso universo paralelo. E cada
personagem, de algum ângulo, nos traduz. Seja por seus trejeitos, sua fala ou
seu modo de ver a vida. Todos eles, mesmo sendo ficcionalmente reais, fazem parte
de nós.
Izadora, engraçado que a questão do nome do seu blog sempre foi clara pra mim! Rsrsrs... O texto com a explicação ficou excelente!
ResponderExcluirAbraços, Isabela.
www.universodosleitores.com
Jura? Nossa que bom! *-* Mas acho que nem pra todo mundo é assim, rs
ExcluirMuito obrigada, Isa! E obrigada por cada comentário que você deixa aqui!
Beijos! :3
Muito obrigada, Antônio! É muito bom ler algo assim... ♥ Faço tudo com muito carinho aqui no blog e me dedico bastante a ele. Volte mais vezes sim (: E obrigada de verdade!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirhaha Adorei o texto, eu também sofro com isso. O nome do de vocês da pelo menos pra deduzir e o meu só sabe o significado quem gosta da Clarice falcão. Seguindo meninas, beijos!
ResponderExcluirSEZEMBRO.BLOGSPOT.COM
Obrigada Raiza! ^.^
ExcluirAaaaah, eu amo essa música da Clarice: "Eu me lembro"! ♥
Beeeeijos, e obrigada por seguir! Vou acessar seu blog ;)